Damares Alves defende modelo de família acolhedora como alternativa aos abrigos
Publicado em 26/5/2025 - 16:04
Brasília (DF) – Em alusão ao Dia Nacional da Adoção, celebrado no último dia 25, a Comissão de Direitos Humanos do Senado promoveu uma audiência pública para discutir os desafios da adoção tardia — processo de acolhimento de crianças e adolescentes que enfrentam menor procura por famílias adotivas, como os mais velhos, com deficiência ou com irmãos. O encontro integra um ciclo de debates sobre violações dos direitos humanos de crianças, adolescentes e jovens, requerido pela presidente da CDH, senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
Alternativas e boas práticas
Durante a audiência, representantes da sociedade civil, entidades de apoio à adoção e parlamentares presentes apresentaram propostas para ampliar o número de adoções tardias no país.
Entre as medidas destacadas estão:
- campanhas de sensibilização social
- envolvimento da iniciativa privada
- programas de apadrinhamento afetivo
- promoção do modelo de família acolhedora
Damares Alves compartilhou experiências pessoais com adoção e acolhimento temporário, defendendo a valorização das famílias acolhedoras em detrimento dos abrigos institucionais. “Uma noite em uma casa, com certeza, é mais agradável que em um abrigo. Se você não pode adotar, pode ser uma família acolhedora. Os prefeitos têm que desenvolver mais essa política em suas cidades”, afirmou a senadora.
Números revelam desafios
Segundo dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Brasil conta hoje com 5.256 crianças e adolescentes disponíveis para adoção, enquanto 33.409 pessoas estão habilitadas a adotar. Desde 2019, 27.479 crianças foram adotadas no país, evidenciando o descomo entre o perfil desejado pelas famílias e as crianças disponíveis.
Depoimentos reforçam importância da acolhida
A ex-deputada federal Roseane Cavalcante de Freitas Estrela, a Rosinha da Adefal, relatou as dificuldades no processo de adoção do filho Ivan, que sofreu com a falta de estímulos em um abrigo devido à escassez de cuidadores. “Quando tinha um ano e cinco meses, ele tinha dificuldade para deglutir, porque não foi estimulado. Eram muitas crianças para poucas cuidadoras. Mas com acompanhamento nutricional e fisioterápico, ele evoluiu rapidamente”, contou.
Participaram ainda da audiência Sandra Amaral, do grupo de apoio à adoção De Volta Pra Casa, e Jonathan Ferreira dos Santos, presidente da Associação Vale da Bênção, que acolhe crianças em situação de abandono desde os anos 1990.
Caminhos para a inclusão
O debate reforçou a necessidade de um esforço conjunto entre o poder público, o judiciário, a sociedade civil e o setor privado para garantir o direito à convivência familiar e comunitária de crianças que ainda aguardam por uma família.
Texto: Com informações da Agência Senado
Fotos: Saulo Cruz/Agência Senado