Durante evento do LIDE, presidente da Câmara destacou importância da responsabilidade fiscal e cobrou medidas do governo para corte de despesas
Publicado em 11/6/2025 - 12:23
Brasília (DF) – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu com firmeza a necessidade de um novo modelo de Estado para o Brasil, centrado na eficiência dos serviços públicos e na contenção dos gastos governamentais. A fala foi nesta quarta (11), durante participação no evento Brasília Summit, promovido pelo Grupo Lide e pelo jornal Correio Braziliense.
Novo modelo de Estado
Motta afirmou que o Congresso Nacional colocará em pauta a discussão sobre um Estado menos gastador e mais eficiente. “Vamos colocar na ordem do dia um novo modelo de Estado, queremos um Estado mais eficiente, menos perdulário, com serviços de melhor qualidade, instituindo a meritocracia e aumentando a eficiência do nosso funcionalismo público”, declarou o parlamentar.
Responsabilidade fiscal
O líder da Câmara destacou o papel do Legislativo como âncora da responsabilidade fiscal. Segundo ele, embora o Congresso tenha aprovado diversas medidas encaminhadas pelo Executivo para aumento da arrecadação, é fundamental que o governo também cumpra sua parte, promovendo cortes de gastos.
A discussão ganhou força após a proposta do Executivo de aumento do IOF, rejeitada por diversos setores e barrada pela Câmara. Para Motta, esse episódio revelou a urgência de uma agenda voltada ao controle das despesas públicas. “Foi uma vitória do setor produtivo que chegou à classe política e ao Legislativo. Trouxemos o governo a um debate que o país espera: fazer o dever de casa com o corte de gastos”, enfatizou.
Reações ao novo pacote tributário
Entre as medidas anunciadas pelo governo está a taxação de 5% no Imposto de Renda sobre investimentos antes isentos, como LCI e LCA. A proposta, no entanto, foi mal recebida tanto por parlamentares quanto pelo setor produtivo. Motta criticou a ausência de contrapartidas claras em cortes de gastos. “Não será aceita pelos parlamentares uma proposta que só traz mais impostos sem apresentar nenhuma economia”, afirmou.
Reforma istrativa e revisão de isenções
O presidente da Câmara antecipou que, já no início do próximo mês, serão apresentadas propostas para avançar com a reforma istrativa. Além disso, criticou o volume de isenções fiscais, que hoje somam cerca de R$ 800 bilhões, apontando a ausência de critérios claros para avaliação da eficácia desses benefícios.
Apesar disso, ele ponderou que é preciso considerar a viabilidade política das medidas. “Não vamos gerar expectativas, vamos fazer essa discussão para saber o que pode ser viável ou não”, declarou.
Oportunidades em meio à crise
Ao encerrar a participação, Hugo Motta conclamou os poderes e setores da sociedade a se movimentarem diante do cenário de instabilidade. Para ele, o momento de crise também é uma oportunidade. “O Brasil pode ser um porto seguro para receber investimentos. Se fizéssemos o mínimo dever de casa, aproveitaríamos esse momento”, disse.
Saiba mais
Esta foi a segunda edição do Brasília Summit, evento organizado pelo grupo LIDE, fundado em 2003 e que ajuda a promover a livre iniciativa, inovação e o crescimento econômico, em parceria com o Correio Braziliense. O encontro reuniu autoridades, especialistas e empresários para discutir os caminhos da economia brasileira, a importância do agronegócio na segurança alimentar e o papel do mercado imobiliário no desenvolvimento do Brasil.
Texto: Agência Republicana de Comunicação (ARCO)
Foto: cedida